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MINAS GERAIS

Por Hellen Monteiro, g1 AC — Rio Branco


g1 explica surgimento da piada 'O Acre Existe?'; na foto, Calçadão da Gameleira, um dos pontos turísticos mais famosos do estado — Foto: Assis Lima/Arquivo pessoal

g1 explica surgimento da piada ‘O Acre Existe?’; na foto, Calçadão da Gameleira, um dos pontos turísticos mais famosos do estado — Foto: Assis Lima/Arquivo pessoal

Se você mora no Brasil, certamente já deve ter ouvido ou até mesmo feito a brincadeira de perguntar: ‘O Acre existe?’. Que o Acre existe, isto é fato — pelo menos é o que o mapa do Brasil mostra. Mas, por que ainda há essa pergunta em tom de chacota?

❗As origens deste ‘questionamento’ estão ligadas a fatores históricos e geográficos, de acordo com especialistas entrevistados pelo g1.

  • Distância: o primeiro fator é o distanciamento do Acre em relação aos grandes centros do país. Localizado no extremo oeste do Brasil, o estado fica a 2,135 km de Brasília, 3,034 km de São Paulo e 3,322 km do Rio de Janeiro, por exemplo;
  • Sinônimo de morte: a morte de quase seis mil trabalhadores durante a construção da ferrovia Madeira-Mamoré em Rondônia criou uma atmosfera mística relacionada à região;
  • Lugar de punição: nos primeiros anos da República era comum que presos políticos fossem enviados ao Acre como forma de punição;
  • Esquecimento: após o fim do 1º Ciclo da Borracha o Acre perdeu importância política e econômica para o governo federal e empresariado. O território ainda conseguiu nova sobrevida com o 2º Ciclo da Borracha, durante a 2ª Guerra Mundial, mas perdeu novamente o interesse da classe dominante ao final do conflito;

‘Piada’ é antiga

Em uma pesquisa rápida na internet, é possível ver diversos podcasts, vídeos, músicas, filmes, livros e textos respondendo à pergunta ou até mesmo afirmando que sim, o Acre existe.

Isto, inclusive, foi o que motivou a professora Giselle Lucena, da Universidade Federal do Acre (Ufac), a trabalhar esta temática. A jornalista conta que participou de diversos eventos acadêmicos onde pessoas de outras localidades do país estranhavam quando ela dizia ser acreana.

“Quando a pessoa percebe que tem um sotaque diferente ou algo assim, quando a pessoa fala que é do Acre, tem uma reação. Tipo: ‘nossa, do Acre?’. É sempre uma surpresa. E a gente vê que muitas vezes aciona uma brincadeira, de dizer assim: ‘ah, eu ouvi dizer que lá tem dinossauro’, ou então gente que realmente desconhece, pessoas mais humildes, mais simples, que desconhecem mesmo a história do Acre”, comenta.

''O Acre Existe' é tema de documentário lançado em 2013 — Foto: Divulgação

”O Acre Existe’ é tema de documentário lançado em 2013 — Foto: Divulgação

Das curiosas às grosseiras, as perguntas são as mais variadas possíveis, segundo ela, tais como:

  • no Acre é falado português?’
  • ‘quem é o presidente do Acre?’

A tese de mestrado dela com o professor José Barros, feita em 2012, tem como tema: “O Acre existe? Variações e Perspectivas midiatizadas” que, inicialmente, analisa a história e formação do território do Acre, que foi elevado a estado em 1962.

A pesquisa pontua que no início do século XX, muitas pessoas saíram dos grandes centros do país e foram trabalhar na ferrovia Madeira-Mamoré, que se entrelaça com a história de Rondônia, estado vizinho. Diversas pessoas morreram neste processo de construção, o que aumentou ainda mais o misticismo com relação a vir ao Acre, como sinônimo de morte.

“No início da história, pessoas eram enviadas para o Acre como forma de punição. Alguma situação de guerra, de conflito que tinha aqui no país, presos políticos, as cadeias estavam cheias, então pegavam essas pessoas e enviavam para o Acre. Essa questão foi representada, foi noticiada nos jornais, tinham charges políticas que falavam de isso, de uma ideia de vir pro Acre como uma punição”, diz.

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Seringal Floresta propriedade de Guillerme Augusto de Miranda Filho, comerciante da praça do Pará. Produção mensal de 40.000 quilos mais ou menos, e com um outro seringal de nome “Glória”, do mesmo proprietário, apresenta uma área de 196.009,760m² e 8.842,300m de perímetro. — Foto: Emílio Falcão “Álbum do Rio Acre”/ Acervo Digital: Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
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Grande Seringal Bom Destino 1906 - 1907. Propriedade de Joaquim Victor da Silva, situado na margem direita do Rio Acre, com cerca de 48 quilômetros de frente e 54 de fundo. Produção média de 120.000 á 150.000 quilos de borracha

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Grande Seringal Bom Destino 1906 – 1907. Propriedade de Joaquim Victor da Silva, situado na margem direita do Rio Acre, com cerca de 48 quilômetros de frente e 54 de fundo. Produção média de 120.000 á 150.000 quilos de borracha — Foto: Emílio Falcão “Álbum do Rio Acre”, pg.81/ Acervo Digital: Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
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Estação de passageiros do aeroporto Salgado Filho durante cheia do Rio Acre. Observa-se um barco ancorado. — Foto: Acervo Digital: Dept° de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
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Ponte de madeira que ligava o 1º ao 2ºDistrito de Rio Branco entre o final da década de 70 e início dos 80 — Foto: Acervo Digital: Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
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Avião sendo rebocado por trator após ficar atolado em Rio Branco – Década de 40 — Foto: Acervo José Chalub Leite / Acervo Digital: Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
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Embarque de borracha laminada para São Paulo – 1948 — Foto: Acervo Digital: Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
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Brasão de armas do Barão do Rio Branco, imagem que seria incorporada depois à bandeira de Rio Branco 1898 – 1900 — Foto: José Maria da Silva Paranhos. Barão do Rio Branco – Uma Biografia Fotográfica. Pag: 50 Acervo Digital: Dept° de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Hidroavião Taquari no Rio Acre, ao fundo o vapor Benjamin - Década de 30

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Hidroavião Taquari no Rio Acre, ao fundo o vapor Benjamin – Década de 30 — Foto: Acervo: José Chalub Leite / Acervo Digital: Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Catedral Nossa Senhora de Nazaré - Rio Branco - Acre - década de 50 - Desfile da banda de música da Guarda Territorial

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Catedral Nossa Senhora de Nazaré – Rio Branco – Acre – década de 50 – Desfile da banda de música da Guarda Territorial — Foto: Acervo: CDIH/ Dept° de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

O professor de História da Universidade Federal do Acre (Ufac), Airton Chaves da Silva, também pesquisa sobre história do Acre e falou que o contexto de isolamento atrelado à piada tem origens geográficas também, principalmente em razão de o estado estar distante das grandes metrópoles.

“O Acre, durante muito tempo, ficou geograficamente isolado. Quando surgiu o [território do] Acre, propriamente dito, a partir do Tratado de Petrópolis, em 1903, até 1960, quando surgiu a BR-364, voos de aviões a partir da década de 1940, principalmente de 1950 para cá, o Acre era totalmente isolado. Então, aí vem esse isolamento histórico, geográfico. Levou-se a essa coisa da inexistência do Acre”, comentou.

Negação e afirmação

Lucena discursa que quando as pessoas reproduzem a pergunta: ‘O Acre existe?’, se trata de uma atualização dos processos históricos envolvendo a história do Acre e a própria identidade, que foi formada no contexto de negação, afirmação e defesa do próprio território.

“O acreano tem uma identidade territorial, de defender a sua terra. Há um monumento no centro da cidade que tem a bandeira do Acre, tem o imperador Galvez e a frase que é muito vinculada a ele: ‘se a pátria não nos quer, criamos outra’. Então, isso já mostra para a gente, como que o acreano tem na sua memória um processo de negação e afirmação”, fala.

Frase e estátua de Luis Galvez, imperador do Acre, está exposta em frente à Assembleia Legislativa do Acre, em Rio Branco — Foto: Giselle Lucena/Arquivo pessoal

Frase e estátua de Luis Galvez, imperador do Acre, está exposta em frente à Assembleia Legislativa do Acre, em Rio Branco — Foto: Giselle Lucena/Arquivo pessoal

Para a análise, Giselle pesquisou e catalogou o comportamento das pessoas nas redes sociais, mapeando conversas no Orkut, Facebook, Google e Yahoo Respostas. Assim, ela conseguiu verificar como esses conteúdos mobilizavam pessoas em diversos aspectos e sentimentos. Somente no Orkut, segundo a dissertação, 15 comunidades com a temática ‘O Acre não existe’ foram criados na época.

No entanto, segundo a jornalista, não há unanimidade sobre como o acreano pode reagir quando esta ‘dúvida’ surgir.

“A representação do Acre para algumas pessoas, é como um lugar onde as pessoas vão para desaparecer, sumir, um lugar misterioso, para onde está o mestre dos magos, onde foi filmado Lost, várias associações com conteúdos midiáticos, num tom de humor, de brincadeira, jocoso. Mas, ao mesmo tempo, acionando muita revolta no acreano, que precisava se defender, reagir dizendo: ‘não, não é assim, o Acre é um estado maravilhoso’. A rede social precisa de pessoas debatendo, reagindo umas às outras, é isso que torna a rede social dinâmica”, declara.

Acre tem 62 anos de emancipação — Foto: Assis Lima/Arquivo pessoal

Acre tem 62 anos de emancipação — Foto: Assis Lima/Arquivo pessoal

Documentário

🎦 O questionamento foi tema do documentário ‘O Acre Existe’, produzido por Bruno Graziano, Milton Leal, Paulo Silva Jr. e Raoni Gruber, gravado em 2011. Os quatro paulistas estiveram no Acre por dois meses em 16 municípios e construíram um longa-metragem misturando ambientes e personagens e viajando pela história do estado, do Santo Daime, das tribos indígenas, da herança de Chico Mendes, soldados da borracha e do próprio Acre à época do documentário.

Bruno Graziano esclarece que os amigos haviam saído há pouco tempo da faculdade e queriam mostrar algo fora do habitual deles. A piada sobre a existência do Acre foi citada e assim, os quatro jovens decidiram fazer um filme alternativo para descontruir a ‘piada’.

“A gente sentou, conversou e decidiu que queríamos fazer um documentário viajando para um lugar que a gente não conhecesse. Um documentário de descobertas. Alguém levantou na mesa e disse que a gente poderia ir para um lugar que a gente menos conhecia no Brasil, ser algo mais extremo. Ninguém naquela época, com 20 e poucos anos, tinha sequer pisado na região amazônica. Conhecíamos muito pouco da cultura e da história da região”, comenta.

Documentário foi apresentado no Festival Pachamama em 2013 — Foto: Divulgação

Documentário foi apresentado no Festival Pachamama em 2013 — Foto: Divulgação

O cineasta ainda fala que os quatro queriam que quem se dispusesse a assistir o documentário feito por eles, entrasse numa imersão “de uma viagem pelo Acre naquele tempo e naquela época”. Ele menciona que em 2024, 13 anos depois da filmagem, talvez fizesse o longa de uma forma diferente.

“Talvez um filme mais maduro, um pouco mais profundo. Mas, o filme que a gente fez ali com vinte e poucos anos foi com muita vontade e muita ânsia de conhecimento, e um arrepio diário de estar em contato pela primeira vez com muita coisa que a gente nunca tinha visto, só no cinema e televisão. A gente teve muita sorte, muita satisfação de poder estreá-lo no festival Pachamama em 2013. Foi muito emocionante, foi muito lindo”, relata emocionado.

Dentro do próprio filme, os jovens documentaristas analisam os acontecimentos — Foto: Reprodução

Dentro do próprio filme, os jovens documentaristas analisam os acontecimentos — Foto: Reprodução

Sobre voltar ao Acre, Graziano comenta que os quatro pensam em voltar quando o documentário completar 20 anos, para fazer um segundo filme.

“Talvez a gente se junte e volte para fazer um panorama desse comparativo (…) [O Acre] está nas nossas memórias, mudou a nossa vida, nossa relação. Cada um de nós teve mudanças profundas depois do contato com o povo, com a cultura e com a geografia”, declara.

‘Caricatura’

Silva diz que a piada que se alastrou pela web se trata de uma ‘caricatura’ com o intuito de desfazer uma história coletiva, construída por nordestinos, indígenas, ribeirinhos, negros e trabalhadores no geral.

“O Acre teve uma grande contribuição econômica para a história do país através da borracha nos primeiros anos da década de 1910, grande contribuição à história do país também. A história do Acre tem uma prova de colonização, existe uma subalternização, o que não quer dizer que as pessoas tenham (…) é uma provocação que a gente não deve aceitar e devemos fazer valer os nossos valores históricos e sociais e culturais”, frisa.

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VÍDEOS: g1

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