Com mais força que o previsto, furacão Beryl chega à Jamaica após deixar 9 mortos no Caribe
Fenômeno é o primeiro na categoria 5 a atingir o Caribe em um mês de junho. Furacão ganhou intensidade em pouco tempo, caiu para a categoria 4 na tarde desta quarta (3) mas ainda tem ventos de mais de 220 km/h.
Por g1
Furacão Beryl, inédito para esta época do ano, chega à Jamaica em 3 de julho de 2024 com força acima do previsto — categoria 4, com ventos de 225 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) — Foto: Reprodução/Instituto Cooperativo de Pesquisa na Atmosfera (CIRA)
O furacão “Beryl”, o maior a atingir o Caribe nesta época do ano, chegou à Jamaica pouco antes das 18h (horário de Brasília), segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês).
O Beryl atinge a costa jamaicana com mais força que o previsto. De acordo com boletim da NHC das 18h (horário de Brasília), o furacão caiu de classificação, está na categoria 4, mas ainda tem ventos de mais de 220 km/h.
A previsão inicial era de que o Beryl tivesse perdido força já na tarde de terça-feira, mas a intensidade do furacão vem surpreendendo meteorologistas. Após a Jamaica, o furacão Beryl assará pelas Ilhas Cayman, ainda nesta noite, e, na quinta-feira, atinge a costa sudeste do México, de acordo com a previsão atual do NHC.
Apesar de ter caído de classificação de volta para a 4 nas últimas horas, o Beryl continua com capacidade destruidora. Segundo o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonçalves, cerca de 90% das casas da Ilha de União, que integra o arquipélago, foram destruídas com a passagem do furacão.
Furacão Beryl é visto do espaço — Foto: Reprodução/Reuters
Desde que tocou solo, em uma ilha de Granada, país no sudeste do Caribe, na segunda-feira (1º), o furacão já deixou nove mortos:
- Três em São Vicente e Granadinas, disse uma autoridade local à Reuters;
- Três na Venezuela, confirmou o presidente Nicolás Maduro em anúncio em rede nacional. Outros 4 estão desaparecidos;
- Três em Granada, segundo o primeiro-ministro da ilha, Dickon Mitchell.
Esta é a primeira vez que um fenômeno do tipo chega ao Caribe em um mês de junho já com essa força, o que fez autoridades preverem uma temporada de furacões severos na região.
Classificado pelo Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês) como “extremamente perigoso”, o Beryl surgiu como uma tempestade tropical e se tornou furacão no fim de semana. Ele subiu da categoria 1 para a 4 em um intervalo de apenas dez horas, considerado muito baixo.
O Beryl é inédito no Caribe, porque é a primeira vez que um furacão de categoria 5 atinge a região em um mês de junho — a temporada de furacões no Caribe e nos Estados Unidos normalmente vai de julho a setembro, acompanhando o verão no Hemisfério Norte.
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O que significa um furacão categoria 5?
A medição se dá com base numa escala criada nos anos 1970 pelo engenheiro Herbert Saffir e pelo meteorologista Robert Simpson nos EUA —por causa disso, ela ganhou o nome de escala Saffir-Simpson.
Veja abaixo a escala de acordo com a intensidade:
- Categoria 1: potencial de causar alguns danos, com ventos de 119 a 153 km/h. Pode causar danos ao telhado, quebrar galhos grandes de árvores e linhas de energia;
- Categoria 2: potencial de causar grandes danos, ventos de 154 km/h a 177 km/h. Casas podem sofrer danos estruturais. Árvores são arrancadas e bloqueiam estradas. Interrupções de energia são frequentes;
- Categoria 3: potencial de causar danos devastadores, com ventos de 178 km/h a 208 km/h. Grandes danos a construções. Muitas árvores serão quebradas ou arrancadas. Eletricidade e água podem ficar indisponíveis;
- Categoria 4 (estágio atual do Beryl): potencial de causar danos catastróficos, com ventos de 209 km/h a 251 km/h. Casas podem ser derrubadas, assim como postes de energia, com prejuízos à rede por semanas ou meses;
- Categoria 5: potencial de causar danos catastróficos, com ventos de mais de 252 km/h. Muitas casas serão destruídas, com colapso da parede e perda do telhado. Áreas residenciais ficarão isoladas. Potencial de áreas ficarem inabitáveis por semanas ou meses.
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Imagem aérea feita com drone mostra força das ondas em Santo Domingo, na República Domicana, durante passagem do furacão Beryl, de categoria 5, em 2 de julho de 2024. — Foto: nstagram/@moises.arias06/via Reuters
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Homens puxam barco atingido por passagem de furacão Beryl em Bridgetown, em Barbados, em 1º de julho de 2024. — Foto: Ricardo Mazalán/ AP
Homens puxam barco atingido por passagem de furacão Beryl em Bridgetown, em Barbados, em 1º de julho de 2024. — Foto: Ricardo Mazalán/ AP
Intensidade
![Furacão Beryl sobe para categoria 5 Furacão Beryl sobe para categoria 5](https://s02.video.glbimg.com/x240/12724505.jpg)
Furacão Beryl sobe para categoria 5
O Beryl é o primeiro da temperada de furacões na região — que geralmente vai de julho a setembro — e o maior já registrado em um mês de junho na história do Caribe.
O furacão começou a se formar na última semana como uma instabilidade e foi ganhando força. Veja a cronologia:
- 🌪️ 25 de junho: começa uma instabilidade na atmosfera, favorecendo a formação de uma tempestade;
- 🌪️ 28 de junho: o que era uma instabilidade, ganha força seguindo em direção ao Caribe e se transforma em uma tempestade tropical. Até aqui, a previsão era de ventos de 56 km/h;
- 🌪️ 30 de junho: passou a ser classificado como furacão e entrou na categoria 3 (de uma classificação que vai até 5)
- 🌪️ Ainda no dia 30 de junho: passou a categoria 4, com alerta de extremo perigo, com ventos de até 240 km/h.
- 🌪️ 1º de julho: reclassificado para a categoria 5.
- 🌪️ 3 de julho: caiu para a categoria 4, mas o alerta de extremo perigo continua. Os ventos chegam até 225 km/h.
Segundo o NHC, uma tempestade tão poderosa no início da temporada de furacões, que vai de junho ao final de novembro no Atlântico, é extremamente rara.
Especialistas afirmam que o Beryl ganhou essa proporção em tão pouco tempo por causa das águas ferventes do oceano. As temperaturas na região onde a tempestade se formou estão até 3°C acima da média.
No fim de maio, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) já havia adiantado que a temporada de furacões deste ano seria “extraordinária”, com até sete tempestades de categoria 3 ou superior.
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